26 de fevereiro de 2016

Andressa Urach visita Penitenciáriana Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo

A ex-modelo contou a sua história e presenteou as detentas com exemplares do seu livro, “Morri para viver”


O último sábado (20) foi um dia atípico para pouco mais de 100 detentas da Penitenciária Feminina da Capital, na zona norte de São Paulo, que ouviram a história de superação da ex-modelo Andressa Urach, contada pessoalmente por ela. 

“Eu amo estar nos presídios, porque eu estava ‘presa’ e não sabia”, afirmou Andressa, ao resumir parte do que confidencia no livro “Morri para viver”, publicado em 2015, após uma traumática internação hospitalar, que quase a levou à morte. 


Muitas detentas já conheciam a ex-modelo, que chamou atenção da mídia em 2013 pelo comportamento vulgar e agressivo enquanto participava da 6ª edição do reality show “A Fazenda”, exibida pela Rede Record. No entanto, a nova Andressa surpreendeu e emocionou as presas – com idade entre 19 e 60 anos – que ocupavam os bancos da capela do presídio, local usado para as reuniões da Universal que acontecem todos os sábados ali, ministradas pelo bispo Afonso da Silva, responsável da Igreja pela evangelização nos presídios do Brasil.


“Vendo a história da Andressa, eu acredito numa segunda chance para o ser humano. E eu vou levar o exemplo dela para recomeçar a minha vida no meu país”, observou a estrangeira Sandra, que está detida há pouco mais de 1 ano por tráfico de drogas.

Hora de recomeçar

“Durante muitos anos eu carreguei muito ódio, muita raiva. Eu queria matar o meu abusador”, desabafou Andressa ao falar da rejeição que sofreu quando ainda era um bebê, dos abusos sexuais – que começaram aos 6 anos de idade – e da vida no caminho da prostituição. 

Detalhes que comoveram e se assemelham à história da detenta Érica. “Algumas coisas lembram a minha vida. Eu estava com o coração pesado, mas agora estou mais leve e aliviada. Eu também quero ser transformada”, disse a jovem, que está presa há 3 anos.

Durante a visita, Andressa também conheceu o Maternal Infantil, onde ficam cerca de 60 mulheres que deram à luz recentemente e que só poderão ficar com os seus bebês até os 7 meses de idade. “Eu comecei a me prostituir com 16 anos. E vejo que há uma chance para recomeçar”, disse Andreia, mãe de duas crianças, a segunda nascida dentro do presídio.


Andressa destacou às presas que a decisão mais importante de sua vida foi ter se batizado nas águas, como prova da sua entrega verdadeira a Deus. Catorze participantes também não hesitaram e, com uma piscina improvisada na porta da capela, desceram às águas (foto acima).



“Eu me arrependi de tudo o que fiz de errado nessa vida. Minha família me abandonou, ninguém acredita mais em mim. Porém, o dia de hoje é um renascimento para mim”, desabafou Fernandine, na fila do batismo.

Ao final da palestra, Andressa presenteou as detentas com exemplares do seu livro, para que conheçam a fundo a sua transformação. “Ainda que apenas uma de vocês se converta como eu me converti, já vai ter valido a pena ter vindo até aqui”, observou.

Cura interior

Há mais de 10 anos Cirlei Datri acompanha de perto as visitas do grupo de evangelização a presídios femininos. Atualmente como coordenadora, ela conta que as detentas têm prazer em compartilhar transformações que aconteceram depois de buscar a Deus. “Elas vêm com alegria e querem abraçar a gente. Muitas contam testemunhos, falam sobre a oração que receberam e deu resultado. Isso é muito gratificante”, afirma Cirlei.


Para as detentas, a palavra recomeçar surge com um desafio, que elas sabem que terão de enfrentar. No caso de Andressa, o recomeço só aconteceu depois que teve o seu interior curado, com o apoio das palestras de cura interior promovidas pelo projeto Raabe, do grupo Godllywood, que trata das marcas deixadas pelos abusos e traumas do passado. “A partir do momento em que há cura, há mudança de comportamento”, enfatiza Maria Rosas (à esquerda na foto acima), coordenadora do Raabe na zona leste de São Paulo.




 Fonte: Universal.org
http://www.universal.org/noticia/2016/02/23/andressa-urach-visita-penitenciaria-feminina-em-sao-paulo-35756.html




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